PORTO SOLIDÃO
ENTRE LÁGRIMAS ME RECOLHI AO
DESERTO DO MEU CORAÇÃO
PARECIA QUE A VONTADE DE CHORAR
ERA MAIS FORTE QUE A SOLIDÃO
OLHEI PARA TRAZ EM BUSCA DE MIM
SENTINDO PALPITAR MINHAS EMOÇÕES
COMPROMETIDAS EM UM COMEÇO
DO MEU DESERTO SEM FIM
JÁ NÃO TENHO ORGULHO, JÁ NÃO
TENHO A MIM MESMO, SÓ O MEU
EGO ABALA A MINHA ESTRUTURA
DE UMA COVARDIA DO MEU EU
QUERO CULPAR ALGUÉM E CHORAR
QUERO SUMIR E AO MESMO TEMPO
GRITAR, SABENDO QUE OS MEUS
GRITO FUGIRAM COM O VENTO
COMO TUDO MORREU EM MIM, ASSIM
MORREU MEU COMPANHEIRO FIEL
O MEU SORRISO QUE ADOECEU E NÃO
PODE MAIS GALOPAR COMIGO
PASSOS DO MEU PENSAMENTO, É
A INCERTEZA DA CERTEZA QUE NUNCA
ESTEVE PRESENTE EM MIM, É FLORES
QUE JOGO NO CHÃO QUE PERDERAM
O PERFUME DA SAUDADE
NÃO, NÃO TEM LIBERDADE, NÃO TEM
RECOMEÇO PARA O MEU ORGULHO
QUE NA MINHA TRISTEZA EU CHAMO
DIGNIDADE PARA DESFASAR QUE
ESTOU CERTO EM TUDO
QUERO MEU PORTO SEGURO QUE
EU MESMO NÃO SEI A ONDE DEIXEI
QUERO MEU SORRISO QUE DENTRO
DE MIM FECHEI
QUERO SUA MÃO SEU CORAÇÃO SEU
ABRIGO, PARA TEMPESTADE DA MINHA
DESILUSÃO QUE EU MESMO CRIEI
UM LUGAR QUE NUNCA CONSIGO
ENCONTRAR
POIS TRANSFORMEI TUDO QUE TINHA
DE BOM EM MINHA VIDA
NE UM PORTO QUE ESPERO PASSAR
A MINHA DESILUSÃO
MEU PORTO SOLIDÃO
José Custódio Santana de Moraes
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