terça-feira, 1 de abril de 2014

CONTO UM CONTO DE OXUM

                 
                                                                      Orê Yeyê ô !

 Oxum era muito bonita, dengosa e e vaidosa, como são
geralmente as belas mulheres.
 Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha
sobretudo, uma grande paixão pela jóias de cobre.
 Antigamente, este metal era muito precioso na terra dos Iurubas,
mas só uma mulher possuía jóias de cobre pesadas, e Oxum era
cliente dos comerciantes de cobre

 Omíro wanran wanran wanran omi ro !
( A água corre fazendo ruido dos braceletes de Oxum )

 Oxum lavava sua jóias ante mesmo de lavar suas crianças, mas
tem entre tanto a reputação de ser uma boa mãe, assim ela
atende as súplicas das mulheres que desejam ter filhos.
 Oxum foi a segunda mulher de Xangô.
A primeira chamava- se Oiá- Iansã, e a terceira Obá.
Oxum tem o humor caprichoso e mutável, pois alguns dias
suas águas aprazível e calmas, elas deslizam com graça, frescas e límpidas
entre margens cobertas de brilhante vegetação.
Numerosos vãos permitem atravessar de um lado a outro.
 Outras vezes, suas águas tumultuadas passam estrondando
cheias de correntezas e torvelinhos, transbordando e
inundando campo e florestas.
 Ninguém pode atravessar de uma margem para outra, pois nem uma
ponte faz ligação, Oxum não toleraria tal ousadia!
Quando ela esta em fúria, ela leva para longe e destrói as
canoas que tentam atravessar o rio. Olowu fez Oxum uma pormessa
solene, entretanto mal formulada, e declarou:
 - Se baixar o nível de águas para que eu possa atravessar e seguir
para a guerra e eu voltar vencedor, prometo a você nkan rere, e isto
é boas coisas.
 Oxum compreendeu que ele falava de sua mulher, Nkan, filha do rei Ibadan.
Ela baixou o nível das águas e Olowu continuou com sua expedição, mas
quando ele voltou algum tempo depois, vitorioso e com um espólio considerável,
novamente encontrou Oxum com o humor perturbado.
 O rio estava turbulento e com as águas agitadas, Olowu mandou jogar
sobre as vagas toda sorte de boas coisas, as nkan rere prometidas -
 Tecidos, búzios, bois, galinhas, e escravos.Mel de abelhas e pratos de
mulukum, iguaria onde misturam- se, cebola, feijão fradinho sal e camarões.
Mas Oxum devolveu todas as coisas boas sobre as margens, pois era
Nkan a mulher de Olowu que ela exigia.
Olowu foi obrigado a submeter- se e jogar sua mulher nas águas, mas Nkan
estava grávida e a criança nasceu no fundo do rio.
 Oxum escrupulosamente devolveu o recém-nascido, dizendo.
- É Nkan que me foi solenemente prometida, e não a criança, tome-á!
As águas baixaram e Olowu voltou tristemente para sua terra, Mas o rei
Ibadan sabendodo fim trágico da filha, declarou indignado.
- Não foi para que ela servisse a um rio, que eu a dei em casamento a Olowu !
Ibadan gueereou com o genro e o expulsou do país.
 O rio Oxum passa em um lugar onde as suas águas são sempre abundantes. Por
essa razão e que Larô, o primeiro rei deste lugar, ai se instalou-se e fez um
pacto de aliança com Oxum.
 Na época que chegou, uma das suas filhas fora banhar- se e o rio engoliu
a linda moça sob as águas, mas a linda moça só saiu das águas no dia
seguinte. Ela estava bem vestida e declarou que Oxum havia bem
acolhido no fundo do rio.
 Assim Larô para mostrar gratidão, veio trazer-lhe oferendas, e numerosos
peixeis vieram comer, em sinal de aceitação, os alimentos jogados nas águas.
Um grande peixe chegou nadando nas proximidades a onde estava Larô, o
peixe cuspiu água e Larô recolheu numa cabaça e bebeu, fazendo assim
um pacto com o rio.
 Em seguida ele estendeu suas mãos sobre a água e o grande peixe
saltou sobre ela, isto é dito em Ioruba:
Atewo gba ejá, o que deu origem a Ataojá, título dos reis do lugar.
 Ataojá declarou então:
 - Oxum bgô!
 Oxum esta em estado de maturidade, suas águas são abundantes, assim
dando origem ao nome da cidade de Oxogbô.
 Todos os anos fase- se ai, grandes festas, em comemoração
a todos este acontecimentos.

 Orê Yeyê ô Oxum......Oxum.


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